terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

CARINHO


                                                      
Me pego em devaneios intermináveis sobre o que sinto pelas pessoas...sobre como definir certos sentimentos que eu tenho e que parecem não se encaixar em nenhuma definição cotidiana.
Não posso dizer que amo, não posso dizer que é só amizade, assim como não posso dizer que nada sinto. Mas então o que é esses sentimentos? O que eu ando sentindo?
Depois de muito pensar creio que seja sim um “gostar”, que sim eu carrego sentimentos fortes por algumas pessoas que simplesmente não requerem uma definição precisa, que não exigem serem gritados aos quatro ventos, mas que certamente se revelam em meus olhos e no sorriso sincero que pinta o meu rosto quando estou com essas pessoas ou quando penso ou falo nelas.
Simplesmente carrego um imenso carinho no peito por pessoas que em algum momento entraram na minha vida e nela permaneceram mesmo que brevemente. O tempo delas no meu caminho não é proporcional as marcas e as lembranças que delas ficaram em mim...
Um carinho que eu não preciso explicar, nem justificar a ninguém. Sinto e pronto e continuarei a sentir talvez para sempre. Um carinho pelas lembranças dos momentos que vivi com elas, um carinho por cada particularidade que essas deixaram na minha história. Um carinho pelo jeito que me trataram, um carinho porque em um determinado momento delas senti também esse carinho, que talvez permaneça lá também de alguma forma.
Já não preciso mais ficar me recriminando por não entender direito o que sinto, ou ainda ficar procurando definições...basta dizer que tenho um carinho enorme, sem nome, sem classificação, mas certamente sincero e que nem sempre é revelado.
Guardo aqui quietinho, solitário sem necessidade de ser exibido a todos. Por vezes chego a pensar que para algumas pessoas ele deveria ser revelado, em outras vezes desconfio que meus olhos já revelaram mesmo sem eu perceber. Mas na grande maioria das vezes mesmo não sei como expressá-lo, travo e me amedronto e acabo engolindo todo esse sentimento.
Talvez um dia de tanto perder oportunidades e de tanto ser atormentada por fantasmas que ficam soprando ao meu ouvido que poderia ter sido diferente eu descubra um jeito de revelar melhor meus sentimentos. 

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

            Me recuso a aceitar determinadas coisas, determinados rumos que a vida costuma tomar. Sei que isso não cabe a mim, mas simplesmente não compreendo, porque certas coisas tem que ser assim.
            Fico ouvindo e vendo histórias passarem em frente aos meus olhos e muitas delas a meu ver deveriam ter outro desfecho, não entendo porque simplesmente não aceito que as coisas são como tem que ser.
            Ora eu até aceito, mas certos momentos não deveriam se perder, certas pessoas não deveriam se afastar. O que se faz com as lembranças tão vivas que insistem em ficar vindo a tona nos momentos mais improváveis?
            O que se faz com uma ausência que é quase uma presença? O que se faz quando nada faz esquecer? Não tenho essas respostas, no entanto adoraria tê-las.
            Seguir em frente é tudo que se pode fazer, mas parece que isso às vezes não é o bastante, parece que certas coisas nos acompanham, mesmo quando tentamos mantê-las escondidas no fundo de uma gaveta qualquer onde nem mexemos muito.
            Que ilusão...sentimentos não são possíveis de serem escondidos. Eles não se desgrudam de nós facilmente como gostaríamos, eles seguem muitas vezes em frente conosco.
            Eles doem, adormecem, voltam a doer e voltam a adormecer seguindo um movimento próprio que quase não depende de nossa vontade. Não sentimos quando decidimos sentir. Hoje vou me apaixonar, amanhã esquecerei, isso não existe.
            Os sentimentos chegam e nós não temos controle algum sobre eles, e isso muitas vezes me enlouquece. Mas paro e penso que previsível e monótona seria a vida se controlássemos a cada momento o que sentir. A vida não seria surpreendente e ultimamente essa característica dela é o que mais tem me confortado.
            O fato da vida sempre nos surpreender me conforta, pois me mostra que não se pode ter certeza de coisa alguma, que nada é tão definitivo e que quando menos esperamos algo que nem imaginávamos pode acontecer.
            Continuo não aceitando certas coisas, mas adoro pensar que definitivo só o dia de hoje e que amanhã aquilo que hoje parece improvável pode vir a acontecer...

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

                                                Fio tênue
Horas estranhas de dias que parecem sem fim. A falta de algo que se foi tão rápido e que eu queria trazer de volta permanece. Não há uma espera, mas sim um fio tênue de esperança, tão tênue que em determinados momentos chega a quase se romper, mas sei lá porque não se rompe.
            Há uma tristeza que não me deixa, a vida segue, mas não deixo de sentir, não deixo de querer. Há uma tristeza em meu olhar cada vez que alguma lembrança vem, não posso evitar, talvez não queira.
            Os dias tem andado mais cinzas, tem algo faltando e por mais que a vida siga que outras coisas boas aconteçam àquela falta se sobressai em certos momentos. E não sei por quanto tempo será assim. Talvez dependa de mim por um fim, só que eu não faço nada para isso, me recuso a fazer qualquer coisa a não ser por reticências nessa história.
            Sim reticências porque não me convenci ainda de que seja um ponto final, não me convenci de que é só isso e ponto. Não, ainda há mais capítulos, páginas nessa história. Talvez demore muito tempo para que eles aconteçam, mas acredito que ainda aconteçam, que ainda volte.
            Tudo bem devo ser louca, iludida ou como quiserem classificar, mas dentro de mim algo diz isso, e talvez seja por isso que o fio tênue de esperança nunca rompe. Ninguém entende, mas tenho meus motivos, que de alguma forma justificam tudo isso.
            A vida vai seguindo meio sem cor em certos dias, mas vou em frente sem saber ao certo o que me aguarda na próxima esquina, no próximo segundo. Isso dá medo, esse não saber o que virá me angustia embora seja a graça da vida. Toda essa indefinição de certo modo é positiva, mas me assusta.
            E lá vou eu vivendo, sorrindo, em alguns momentos chorando, mas torcendo para que toda essa loucura que mantém esse fio tênue no final tenha tido uma razão real.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Ando triste, e nada que eu faça afasta essa melancolia de meus pensamentos. Não consigo compreender porque as pessoas tem apenas passado pela minha vida, mas não permanecem.
Tantas eu adoraria que tivessem ficado pelo menos um pouquinho mais, mas elas entram e logo saem e isso independe da minha vontade. Algumas partidas supero facilmente, mas outras seguem doendo por certo tempo. Essas são aquelas que pareciam serem quase perfeitas, que nos fazem bem somente por estarem ao nosso lado.
São essas que doem mais, são essas que insistem em permanecer no nosso pensamento mesmo contra nossa vontade. São essas àquelas que muitas vezes nos recusamos a aceitar que se foram e passamos às vezes até uma vida inteira com a esperança e o desejo de que um dia possam voltar.
Uma amiga certa vez me disse que “sempre voltam”, quase acredito nela, na verdade tenho me convencido de que sim, no entanto isso não faz com que doa menos, somente conforta, pois o que será do tempo que levará para voltar?!
Esse “tempo” incerto, indefinido também maltrata, principalmente quando nosso pensamento parece insistir em não conseguir arrancar certas lembranças, quando tudo teima em nos fazer lembrar...
Machuca tentar encontrar os motivos para nada ter dado certo, para ninguém ter ficado, talvez não seja a hora, talvez eu ainda não tenha encontrado a pessoa certa, ou errada, o meu sapo, ou o nome que queiram dar a pessoa que chegará e só dessa vez ficará.

sábado, 9 de julho de 2011

Tem horas difíceis em meu mundo, horas em que não consigo parar de pensar em coisas do passado que não podem e nem mesmo eu quero que sejam mudadas, horas em que me atormento tentando antecipar o futuro, morrendo de medo de que seja muito tarde para algumas atitudes serem tomadas, ou alguns sentimentos serem revelados.
            Acho que na verdade eu não sei muito bem o que quero, ou acho que não deveria querer tal coisa. Tudo parece loucura, parece coisa da minha imaginação. Tento não esperar nada, viver cada coisa a seu tempo e sei que esse é o melhor caminho, mas no meio dele me pego fazendo justamente o contrário.
            No meio do caminho me encontro em horas de ansiedade e temor de nem sei bem ao certo o que. Acho que tenho medo de viver, e o que me atormenta é justamente essa constatação. É o medo de nunca perder esse medo e por causa dele perder histórias e experiências incríveis.
            Não é nada fácil admitir isso, não consigo pensar em outra coisa, mesmo sabendo que somente pensar a respeito e nada fazer não ajuda em nada. Mudanças, preciso promover algumas mudanças, mesmo que sejam sutis, mas elas precisam ocorrer.
            Preciso me desapegar de certas coisas do passado que não deram certo, ficar somente com as lições aprendidas, mas deixar de olhar para elas como se tivesse buscando um meio de corrigi-las. Não se muda o passado, o que pode ser feito é não repetir os mesmos erros.
            Outra constatação que me angustia, ainda repito os mesmos erros, e mesmo sabendo disso pareço simplesmente não conseguir agir de outra forma. Droga, preciso virar o disco. E aí começa mais um tormento, sei de tudo isso só ainda não descobri como dar o primeiro passo, por onde começar, o que fazer.
            To sempre no plano das idéias e muito pouca ação. Quanto mais eu ficar ansiosa com isso, menos consigo agir, só que o tempo está passando, este não para, e só não quero mais tarde ver que perdi coisas importantes que estavam aqui ao meu lado e deixei passar. Esse é o grande medo que sinto agora e é isso o que me atormenta tanto e me tira o sossego.

quarta-feira, 8 de junho de 2011


Não espero nada mais, deixo as coisas serem como devem ser a final não estão sob meu controle.
É engraçado, mas parece que quando desisti de te conquistar, quando achei que essa porta tinha se fechado para mim foi aí que a vida mostrou justamente o contrário, nos jogou novamente um na vida do outro mais uma vez e mais uma vez.
Não sei bem porque, mas nos atraímos, estamos sempre próximos, nos reencontrando pelas esquinas da vida. É engraçado, mas me faz bem estar perto de ti, conversamos, damos boas risadas juntos, debatemos assuntos sérios e bobagens, nos divertimos.
Não sei muito bem classificar o que sinto, você é certamente um bom amigo, mas tem algo mais nas nossas entrelinhas. Não sei bem o que é, nem ao menos tento decifrar o que teu olhar esconde e o porquê de estar sempre em minha vida de uma forma ou de outra, de sempre voltar a mim.
Deixo as coisas serem, assumo que às vezes sinto falta não só do físico, mas da sua companhia, de rir com você. Isso me assusta, mas levo na brincadeira, apenas deixo ser, não me privo dos nossos momentos a final são tão bons porque fugir?
Vivo sem expectativas cada surpresa que você me apronta, pois sim você está sempre me surpreendendo e confesso que gosto disso. Surpreenda-me, arrebata-me me deixe sem saída...
Onde tudo isso irá parar, não faço a menor idéia to aproveitando o que tenho hoje e deixo que o final dessa história chegue a seu tempo e como tiver que ser. Quem sabe eu não me surpreenda mais e mais e mais.
 
            O que fazer para te seduzir? Como faço, qual dica para prender você, para fazer com que se encante e queira minha companhia?
            Acho que nenhuma dessas perguntas tem resposta, não há receita para essas coisas, elas simplesmente acontecem. Conquistamos as pessoas naturalmente, sem precisar fazer esforço, a final elas tem que se apaixonar pelo nosso sorriso sem graça, nosso mau humor e não por uma representação muito bem pensada e produzida de uma mulher fatal e cheia de si.
            É preciso que quem se apaixone por nós, se apaixone não só pelas qualidades, mas também por nossos defeitos. De nada adianta planejar o que dizer, quando fazer para seduzir a outra pessoa, essas coisas não estão sob nosso controle, pois infelizmente nem todos que queremos se rende a nosso charme encantador.
            Quando não planejamos, quando não esperamos, quando agimos naturalmente sem calcular os efeitos de nossas palavras ou de nosso olhar sedutor, acho que é aí, exatamente aí que o amor acontece. É nessa despretensiosa naturalidade de ser e de agir que seduzimos com aquilo que de mais sincero temos: o “nós” verdadeiro de carne, osso e imperfeições.